<$BlogRSDURL$>
Alma de um VagaMundo

sexta-feira, outubro 15, 2004

Eider e Mar do Norte 



Chegamos à cidade de Tönning pela manhã, onde o barco para a expedição no Mar do Norte nos esperava. Tönning fica situado no ponto em que o rio Eider encontra o mar, um pouco à imagem de Lisboa em relação ao Tejo. Nos tempos mediavais este rio marcava a fronteira entre os saxões e os dinamarqueses. Hoje divide Schleswig de Holstein.

Descendo o rio em direcção ao mar somos brindados por uma paisagem verde a perder de vista, completamente pincelada pelos famosos moinhos de vento. Tudo parece ter sido projectado por um computador, de tal forma é a perfeição.



Passadas duas horas de navegação, avistamos porfim os enormes diques e as suas imponentes comportas. De facto tudo tinha sido projectado por um computador. Já à muito que estávamos bem abaixo do nível do mar. As enormes muralhas impedem o Mar do Norte de avançar, cedendo ao povo que o construiu terras virgens e naturalmente férteis. Mas não foi apenas o gigantesco dique (com cerca de 132 kms) que nos prendeu a atenção. Num dos Bänke em redor os Seehund (Leões Marinhos) tentavam apanhar os primeiros raios de sol... Um momento mágico.



Chegava a hora de transpor o dique e entrar no Mar do Norte, propriamente dito. As comportas abriram-se e o barco avança até à próxima comporta que se encontra fechada. Atrás de nós a primeira comporta fecha-se. Estávamos entalados entre dois enormes portões de betão. Passaram-se alguns minutos e a segunda comporta teimava em não abrir... Que se passaria?



Olhando para a água consegui ter a minha resposta. O nível da água estava a subir a uma rapidez considerável no quadrado em que nos encontrávamos. Fácil de perceber... Sendo que as águas do rio estão abaixo do nível do mar é necessário que se eleve o barco até esse mesmo nível antes de abrir a comporta que lhe dá acesso. De outra forma morreríamos afogados.



Finalmente o portão abriu-se e estávamos no Mar do Norte. Esperava um Mar Revolto, como tinha visto por toda a costa, mas não. Tudo está controlado nas imediações das “muralhas”, e é inclusive possível ver diversas aves a passearem-se por lá. Por essa altura o sol começou a brilhar. “Just in time” para que pudéssemos observar estes nossos amigos...

A. Narciso @ sexta-feira, outubro 15, 2004

| top |

2004 by Alexandre Narciso

Powered by Blogger.

Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons License.

referer referrer referers referrers http_referer